terça-feira, 14 de outubro de 2008

Corpo de Árvore, 7.

Saturno Buttò

O veneno na taça inclina folhas:
uma a uma revêem o lago,
a cidade trespassada de eléctricos
e ondas que circundam as ruas.

E tu desertas no corpo o vestígio
da vital conquista.

A cidade inquieta-se, e
no inclinado basalto escurecem
os olhos e toda a paixão
do mundo distante.

Num só sentido
correrá a lágrima para o lábio.
E numa só circunferência
se fecha o sol.

Num só chão se perdem os passos
e num só as pegadas se encontram,
após as despedidas que esquecem
os arbitrários mapas ou esse céu
onde emparedas: o gáudio,
as irrisórias demandas, a senilidade.

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